Colunas fevereiro 2023

Quinta-feira, 2.2

2023: um ano para não ser esquecido nem pelos foliões

Para quem achava que o ano só começa mesmo depois do Carnaval, a agitação dos primeiros dias deste 2023 tem até passado da conta. O cenário nervoso foi aberto já na posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), à qual faltou o antecessor, Jair Bolsonaro (PL), que preferiu fugir para os Estados Unidos a enfrentar as obrigações constitucionais e políticas (e judiciais, avalia-se) que tem. Depois, o brutal domingo de terror, 8.1, no qual criminosos com camisas da seleção brasileira invadiram as sedes dos três poderes em Brasília e ameaçaram matar a Democracia. Mais adiante, o País se deparou com a tragédia Yanomami - que estampou para o mundo todo o genocídio imposto à nação indígena pea cumplicidade de garimpeiros, traficantes e autoridades bolsonaristas. Chegaram ontem, enfim, as decisões sobre sucessões no Senado, na Câmara federal e nas assembleias legislativas - em alguns casos tranquilas; em outros, turbulentas. É isso: para quem achava que o ano só começava mesmo depois do Carnaval, 2023 está ensinando que há pré-Carnaval e micaretas para todos os gostos.

*Segundo turno*

O governador Elmano de Freitas (PT) deve encontrar hoje um clima de apaziguamento na Assembleia Legislativa. Ele vai à Casa para leitura de mensagens aos deputados - um rito tradicional. Os sinais emitidos ontem na posse dos parlamentares, a começar pela eleição da Mesa Diretora, foram pra lá de positivos.

*Que remédio é esse?*

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é um prodígio da ciência. Só pode ser! De uma hora para outra, ele não vai precisar de nova cirurgia no Brasil, embora a operação no trato intestinal tivesse sido até anunciada pelos médicos que o acompanham. Tanto que até espichou o visto de turista nos EUA, para onde se escafedeu sem sequer terminar o mandato. Tomou Cloroquina ou Xandãocilina?

*Que dinheiro é esse?*

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é um prodígio das finanças. Só pode ser! De uma hora para outra, ele não vai mais dar palestras nos EUA, diferentemente do que se anunciou, para se sustentar pagando as contas mensais em dólar. Com o visto de turista, fica impedido de ter atividades remuneradas na terra do Tio Sam.

*Antídoto*

Avaliação do ex-deputado Acrísio Sena (PT) sobre o decreto presidencial que cria o Conselho de Participação Social e o Sistema Interministerial de Participação Social, assinado pelo presidente Lula: "São mecanismos que vão facilitar o diálogo entre poder público federal, movimentos sociais e representantes da sociedade civil. Além de democratizar as políticas públicas e garantir transparência às ações governamentais e fortalecer as agendas sociais, o decreto serve também como um poderoso antídoto aos movimentos golpistas".

*Amplitude*

Acrísio é cotadíssimo para atuar nesse mesmo setor na gestão de Elmano de Freitas. "O Pacto Democrático não deve contar apenas com os chefes dos três poderes e a imprensa. Sem a participação ativa do povo, a democracia perde sua cor e se fragiliza diante de investidas autoritárias. Vamos lutar para que a democracia finque raízes no coração dos brasileiros".

*Era sem-teto, mas não é mais*

Entidade de perfil bolsonarista - onde se criou politicamente, por exemplo, Mayra Pinheiro, a "Capitã Cloroquina" -, o Sindicato dos Médicos do Ceará tem agora sede física no Cariri - embora não seja imóvel próprio, integrado que está a um coworking. Ressalte-se, porém, que o endereço é marco de um processo de interiorização das políticas sindicais da entidade.

*Lá e cá*

A Coluna Roberto Maciel é publicada simultaneamente no portal InvestNordeste (www.portalinvestne.com.br) e no jornal Opinião (www.opiniaoce.com.br). Os textos estão também no site https://bit.ly/3q4AETZ. O jornalista ainda participa do podcast Papo de Cabeça, no YouTube (https://bit.ly/3cP1JHu) e nas plataformas Deezer e Spotify. O podcast é produzido em parceria com o jornalista Maurição Lima e tem notícias, entrevistas e análises políticas.


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Sábado, 4.2

Judas Iscariotes, Cabo Anselmo e Marcos do Val: a balada dos alcaguetes

Na fala peculiar dos bandidos, delator é o mais desprezível dos seres. Delator nem é gente, rosnam. Também conhecido como alcaguete ou "cabueta", numa forma popular no Nordeste, ou dedo-duro, x9 e outras expressões nada lisonjeiras, o delator é alvo de transbordantes repúdio e ódio; nunca do perdão nem da compreensão. No mundo do crime, cabem-lhe unicamente o nojo e o extermínio. É alguém que, para livrar a própria pele, trai a organização e a coloca em risco. É alguém que contribui com a punição e a extinção do grupo que o acolheu. Milicianos também tratam os "cabuetas" com repulsa. Costumam, se lhes põem as mãos, submetê-los a "tribunais" que invariavelmente os sentenciam à morte. Militantes da esquerda, em épocas de perseguição, também se viram às voltas com personagens assim. De qualquer modo, são figuras que acabam entrando para a História - da pior forma, mas entram. Foi por esse caminho que gente como "Cabo Anselmo" (José Anselmo dos Santos, 1942-2022, marinheiro que entregou à polícia, à tortura e à morte integrantes de grupos de oposição aos generais que haviam empalmado o poder) conquistou espaços nos registros de um tempo sombrio.

*Referências*

Pois o bolsonarismo tem agora o seu ícone da traição, um "Cabo Anselmo" para chamar de seu. Marcos do Val, que chegou ao Senado conduzido pelos votos de 863.359 eleitores do Espírito Santo, entregou tudo. Quem costuma comparar Jair Bolsonaro a Jesus Cristo pode ficar à vontade para também comparar Do Val a Judas Iscariotes.

*Para que não reste dúvida*

Não há relação de parentesco entre Marcos do Val e Arthur do Val, o bolsonarista do MBL que avançou contra mulheres ucranianas, valendo-se da miséria e da guerra para se dar bem sexualmente. Arhur do Val é outra face do estilo "Deus, Pátria e Família" - foi enxotado da Assembleia de São Paulo pela sordidez do comportamento que tem. O sobrenome é só uma rica coincidência.

*Não é brinquedo não*

O presidente da Assembleia do Ceará, deputado Evandro Leitão (PDT), usou uma imagem lúdica no discurso de posse nesta semana para se referir à necessidade de instituições oficiais e sociedade civil se darem as mãos. Ele disse que se busca formar "grande ciranda em defesa da gente cearense".

*Sequelas*

Em seguida, fez crítica braba ao modelo bolsonarista de gestão, tratando da carnificina da covid-19, na qual morreram 700 mil brasileiros - "drama que poderia ter sido minorado, não fosse a gestão criminosa da pandemia por parte do Governo Federal e sua reiterada negação da ciência". A citação foi feita para ressaltar o papel do Legislativo como fórum de debates e instância de propostas.

*Vamos todos cirandar*

Pois por falar em ciranda, já no dia seguinte à fala de Evandro, o governador Elmano de Freitas (PT), também na Assembleia, afirmou: "O Estado do Ceará estará de mãos dadas com o Governo Federal, sempre com o objetivo principal de melhorar a qualidade de vida dos cearenses". Pronto: volta e meia vamos dar.

*Lá e cá*

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terça, 7.2

*Sarto aproveita evento do PDT para avisar que o baile segue*

O prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), cumpriu na semana passada uma alentada agenda de compromissos em Brasília. Acompanhado do vice-prefeito, Élcio Batista (PSB), esteve em gabinetes importantes na capital federal - pelo menos na perspectiva da política do Ceará. Participou de atividades pedetistas e visitou parlamentares locais. Ok, fez o que deve fazer o gestor que articula verbas e apoios para as estratégias e ações que desenvolve. Mas não foi só isso. Sarto deixou rastros muito nítidos de como estão os humores entre ele e os líderes partidários com os quais se relaciona. E isso, para quem já projeta cenários políticos para 2024 e 2026, pode ser muito relevante. O prefeito deu recados na rede social Instagram (@sartoprefeito12), na qual aparece com um capacete de obra - um indicador de quem quer ser identificado como empreendedor. Entendeu quem quis: o baile segue, mas Sarto não diz se quer ou se vai dançar.

*Bolsonarismo na linha*

O primeiro contato mostrado por Sarto é com o deputado Jr. Mano, bolsonarista do PL. "Conversamos sobre projetos para a nossa Fortaleza e enfatizamos a importância do apoio de cada um dos parlamentares. Foi um encontro muito produtivo, de reafirmação de compromissos com a Cidade", escreveu Sarto na legenda de vídeo em que aparece com o parlamentar - coordenador da bancada cearense - e Élcio Batista.

*Segunda dose*

O segundo foi com o senador Luís Eduardo Girão, bolsonarista do PL. "Durante o encontro, ele reforçou compromisso com a nossa Cidade e garantiu que está à disposição para contribuir com o trabalho que temos realizado em Fortaleza", registrou o prefeito.

*Outra ponta*

O terceiro contato foi com a senadora Augusta Brito, petista, à qual disse ter desejado "sucesso nos trabalhos e reforçando que contamos com sua parceria e interlocução para beneficiar Fortaleza". Augusta substitui Camilo Santana (PT), que Lula convocou para ser ministro da Educação.

*Saúde, Fernanda*

O Instagram de Sarto mostra, em seguida, foto com a deputada Fernanda Pessoa, bolsonarista do União Brasil. "Fernanda colocou-se à disposição para contribuir com ações que estamos desenvolvendo em Fortaleza, principalmente na área de saúde", anotou. Fernanda é filha e discípula política do prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa, que abriu espaço para o ex-deputado Capitão Wagner no secretariado dele. Wagner, que Sarto derrotou em 2020 e que o governador Elmano de Freitas (PT) venceu em 2022, ocupa - creia! - a Secretaria de Saúde.

*O PSD é um caminho possível?*

José Sarto também publicou foto com os deputados Domingos Neto, Luiz Gastão e Célio Studart (todos do PSD, isso quer dizer algo?), além da secretária das Finanças, Flávia Teixeira. Élcio Batista e o presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, Gardel Rolim (PDT), estão na imagem. Como "estranho no ninho" aparece o deputado federal por Alagoas, Isnaldo Bulhões Jr. (MDB).

*"Desejo sucesso*

A única exceção aberta para o PDT foi com o presidente do partido, o cearense André Figueiredo. "Participo da posse do deputado federal André Figueiredo como presidente nacional do PDT, na sede do partido. Desejo sucesso a esse grande líder na nobre missão", explicou, com um ponto final significativo.

*Procure outro*

Se o leitor e a leitora tiverem desembarcado hoje de Marte e estiverem precisando saber se existe um senador cearense do mesmo partido de Sarto chamado Cid Gomes, recomenda-se que procure se informar com outra fonte.

*Lá e cá*

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*Roberto Maciel é jornalista*

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COLUNA 9.2 - QUINTA

*Cid Gomes como piloto de teste do PDT*

O senador Cid Gomes (PDT), ex-governador do Ceará, apresentou uma proposta legislativa que pode ser dada como emblemática: a aplicação de um sistema que possa reduzir o endividamento das famílias brasileiras e viabilize para o Governo o combate a taxas de juros abusivas. Quem tem boa memória deve lembrar que essa era uma das pilastras sobre as quais se sustentava a campanha do irmão dele, o ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes, em 2022. É aí que está a chave dessa história, pelo menos no entendimento político. Ciro terminou o primeiro turno com apenas 3,04% dos votos, somando 3.599.287 indicações. E saiu da disputa destilando rancor e críticas ao então candidato Lula (PT), que um mês depois venceria Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno. O comportamento birrento de Ciro queimou navios, derrubou pontes e trancou portas entre o grupo dele no PDT e o governo petista. Embora o partido esteja contemplado na equipe ministerial, com Carlos Lupi na pasta do Trabalho, os ciristas foram isolados e nem a pão e água podem dizer que são tratados. Cid, com esse projeto, se torna piloto de prova de uma aproximação de Ciro com os petistas.

*FG Brothers*

Em resumo, o projeto dos irmãos Ferreira Gomes propõe que se dê como quitada a operação de crédito de curto prazo cuja soma paga pelo devedor, em parcelas e tarifas, alcance o dobro do valor originalmente contratado. Simples: se o consumidor contratar R$ 1 mil e não conseguir cumprir os prazos definidos, terá a dívida automaticamente saldada quando pagar R$ 2 mil - totalizando prestações e "penduricalhos" que a operação impuser.

*Humores*

A depender do entusiasmo ou da frieza com que a Planalto e bases aliadas no Senado e na Câmara recebam o projeto de Cid, estará manifestada a sinalização política para que o clima entre os Ferreira Gomes e o PT seja pacificado.

*Atracando*

Passo importante no sentido do apaziguamento já foi dado pelo presidente Lula: ele autorizou a nomeação de Lúcio Gomes, irmão de Cid e Ciro, para a presidência da Companhia Docas do Ceará. Do outro lado, Ciro se aquietou nos ataques e Cid se aproximou da bancada lulista.

*Depósito prime*

E coube ao próprio Cid se mostrar, todo pimpão, em foto ao lado do ministro Camilo Santana, do governador Elmano de Freitas e do suplente Júlio Ventura, que o substituiu no Senado durante licença da qual voltou recentemente. O evento não poderia ser mais significativo: a posse do economista e ex-ministro Aloísio Mercadante na Presidência do BNDES.

*Mudança de rumo*

Se se acender o cachimbo da paz, a movimentação do ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio, candidato do PDT derrotado ao Governo do Ceará em 2022, tende a ser esvaziada. Roberto vinha orientando parte da bancada do partido na Assembleia para a oposição à gestão de Elmano de Freitas (PT).

*Frentes*

Esta Coluna é publicada simultaneamente no portal InvestNordeste (www.portalinvestne.com.br) e no jornal Opinião (www.opiniaoce.com.br). Os textos estão, ainda, no site https://bit.ly/3q4AETZ. O jornalista também participa do podcast Papo de Cabeça, no YouTube (https://bit.ly/3cP1JHu) e nas plataformas Deezer e Spotify. O podcast é produzido em parceria com o jornalista Maurição Lima e apresenta notícias, entrevistas e análises políticas.

*Roberto Maciel é jornalista*

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COLUNA DE SÁBADO - 11.2

*Roberto Cláudio assume a batuta da oposição*

Se a oposição ao governo de Elmano de Freitas (PT) esperava quem lhe indicasse algum tom para afinar os instrumentos, já não falta mais nada. O ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio assumiu a regência da orquestra adversária do Palácio da Abolição com, reconheçamos, estilo. Em notas publicadas no perfil que mantém na rede social Instagram (@robertoclaudiooficial), o pedetista se debruçou sobre projetos enviados por Elmano à Assembleia Legislativa. E não sovinou críticas: "Fui surpreendido com a criação de 10 novas secretarias sem que secretarias anteriormente existentes sejam fundidas ou extintas. Pelo contrário. Em alguns casos, secretarias foram desmembradas para a criação de novas secretarias e cargos a serem ocupados. Além disso, também sete assessorias com status de secretarias são criadas em lei (...) A proposta tem o claro propósito de atender a compromissos políticos com aliados de campanha".

*Os números à mesa*

A postagem ainda traduziu em números parte do conteúdo que expôs. "O Ceará perdeu, entre julho e dezembro do ano passado, R$ 1,13 bilhão de receita de ICMS. E há a expectativa de perda de mais de R$ 2 bilhões de receita, só de ICMS, neste ano", registrou.

*Regra de ouro*

Roberto Cláudio ainda chamou para a conversa outros setores sociais: "A velha máxima de que é necessário primeiro fazer o 'dever de casa' para dar o exemplo não está sendo cumprida. Assim fica difícil mobilizar a solidariedade coletiva da sociedade cearense em torno de sacrifícios tão dolorosos para manter o fundamental ajuste fiscal do Estado".

*Nós-cegos*

Sim, é fato que Roberto está apontando um rumo para os oposicionistas. Mas, se se tornar mesmo maestro, vai ter de cuidar atentamente da afinação dos instrumentos. É que no mesmo palco político há bolsonaristas tresloucados, representantes de famílias com interesses paroquiais e prepostos de organizações religiosas. Há desafios a serem vencidos não só em relação à ala confrontada. Os nós-cegos também estarão nas tarefas de qualificar e dar sentido às melodias.

*Fluxo e refluxo*

O ex-prefeito foi derrotado por Elmano em 2022 - o que se torna uma curiosidade, uma vez que 10 anos antes foi a vez de Roberto Cláudio vencer nas urnas o hoje governador. Assumir o comando da oposição é um movimento que seria natural em muitas circunstâncias, mesmo considerando a guinada provável de parte do PDT para a sombra dos jardins palacianos.

*Concurso à vista*

Também tramita na Assembleia do Ceará projeto do Tribunal de Justiça sobre a transformação de cargos vagos efetivos de servidores e a criação de cargos de provimento em comissão no Judiciário do Estado. Isso, nos bons "concursês", pode ser sinalização positiva.

*De volta ao campo*

O presidente Lula se reuniu ontem com o presidente dos EUA, Joe Biden, tratando de temas que Jair Bolsonaro despreza - Democracia, direitos humanos e preservação ambiental. Não bastando, enviou ajuda humanitária à Turquia, país em situação calamitosa após terremoto segunda-feira, e ao Chile, abalado por incêndios florestais. É pra valer mesmo: o Brasil retornou à cena internacional com respeito e reconhecimento.

*Lá e cá*

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*Roberto Maciel é jornalista*

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COLUNA DE TERÇA - 14.2

*Somos um País com muita, muita fome*

Passados o Carnaval e a Quarta-feira de Cinzas, a Assembleia Legislativa do Ceará fará sessão especial sobre a Campanha da Fraternidade deste ano, que se concentrará num dos mais graves e indigos problemas sociais que o País vive: a fome. Será na sexta-feira, dia 24. Avalia-se que o rastro deixado pela gestão de Jair Bolsonaro atinja nas formas mais graves mais de 33 milhões de brasileiros com a insegurança alimentar. Os dados foram apurados e divulgados ainda no ano passado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), uma articulação técnica e social que reúne entidades do terceiro setor. Denominado de "2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia de Covid-19 no Brasil", o estudo vai além e aponta que 125,2 milhões de pessoas em todos os estados enfrentam algum tipo de deficiência de alimentos. Esse contingente representa 58,7% da população.

*O que é*

O termo "insegurança alimentar" define situações em que a pessoa não tem acesso regular a comida. A aplicação técnica tem três escalas: leve (para preocupação ou incerteza quanto ao acesso a alimentos no futuro, além de queda na qualidade adequada dos itens para não comprometer a quantidade), moderada (para redução quantitativa no consumo de alimentos entre os adultos e/ou ruptura nos padrões de alimentação) e grave (na ruptura de padrões de alimentação derivada da falta de alimentos para todos os moradores do domicílio, inclusive crianças).

*Boca cheia*

Fala do ex-presidente Jair Bolsonaro na época em que se divulgou o relatório sobre a fome: "Gente passa mal? Sim, passa mal no Brasil. (Mas) Alguém já viu alguém pedindo um pão na porta, ali, no caixa da padaria? Você não vê, pô!". Creia: Bolsonaro dizia, sem pudor, que a fome não existe.

*Jamegões*

Os deputados Renato Roseno (PSOL) e Missias Dias (PT) assinam o requerimento da sessão na Alece, que vai marcar na Casa os 61 anos de criação da Campanha da Fraternidade - atividade da Igreja Católica e de entidades vinculadas. O lema deste ano foi escolhido de uma passagem do Evangelho de Mateus: "Dai-lhes vós mesmo de comer".

*A creche da Tia Lalá*

Recém-chegada à Assembleia Legislativa do Ceará, a deputada Larissa Gaspar (PT) apresentou projeto, digamos, fofo. A proposta é de que a Casa crie um serviço de acolhimento de crianças durante audiências públicas e sessões solenes. O caso é que, antes mesmo de começar o mandato, Larissa recebeu relatos de mães que não podem ir a atividades da Alece porque não têm onde nem com quem deixar os pequenos. O mesmo é frequente na Câmara de Fortaleza, onde Larissa também cumpriu mandatos.

*Não é bobagem não*

O projeto pode significar um recurso importante para a representatividade feminina na agenda da Assembleia. Diz a deputada: "É obrigação do poder público e desta Casa legislativa fornecer condições para a plena participação política e cidadã". Em resumo, a ideia é de que nenhuma mãe deixe de defender os direitos dos filhos por não ter como protegê-los.

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COLUNA 16.2 - QUINTA

*Os riscos de um colapso da cerveja vão muito além de estragar a folia*

Começa sábado (ou amanhã?) o Carnaval - que, por sinal, já começou de vera faz mais de um mês, com o pré-Carnaval em um bloco incalculável de cidades pelo Brasil adentro. Isso é muito bom por vários motivos. Citamos ao menos quatro. Primeiro, por que reativa ânimos e afetos após tristes anos de pandemia, governo Bolsonaro e mortes. Depois, porque aquece a economia com movimentações no turismo, nos bares, nos restaurantes e similiares. Ainda estimula a geração de empregos e tributos, além da critividade. Por fim, porque faz ferverem mais uma vez o senso e a noção de cultura popular, em manifestações diversas, do Maracatu ao Frevo, das escolas de samba ao pagode. Até as igrejas cristãs aproveitam a temporada sob o reinado de Momo para reunir seguidores, orar e rezar e faturar algum dinheiro. Não duvide: sem Carnaval o País seria muito, muito pior. Mas imagine isso tudo sem cerveja. Esse é o desafio que fazemos aos leitores e às leitoras, já pedindo desculpas pela perspectiva real e pessimista.

*Gole amargo*

O horizonte turbulento tem a ver com a Ambev, gigante das bebidas do grupo Anheuser-Busch InBev. Os donos são os mesmos que protagonizam o rombo de R$ 47 bilhões da Lojas Americanas - Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira. Pesa sobre a empresa suspeita de evasão fiscal de R$ 30 bilhões.

*Sinta o drama*

Trecho de texto do site Shometech, especializado nos movimentos de bolsas de valores: "A Ambev foi acusada de evasão fiscal da ordem de R$ 30 bilhões, fazendo suas ações despencarem em queda livre na B3. Isto ocorre pouco tempo depois das Lojas Americanas, que possuem participação acionária do mesmo grupo econômico que possui uma boa fatia da Ambev, ter declarado recuperação judicial".

*Em poucas linhas*

Cerca de 60 marcas são fabricadas por cervejarias da Ambev no mundo todo, sendo a maior parte produzida e vendida no Brasil - Antarctica, Brahma, Skol, Budweiser e Stela Artois são só exemplos. O presidente da Ambev é um cearense, Jean Jereissati Neto. O sobrenome não deixa dúvidas: Jean é primo do ex-senador Tasso Jereissati (PSDB).

*O pior dos mundos*

Havendo um colapso no setor de cerveja no Brasil, o que não é impossível, atividades como as da lazer, cultura e entretenimento tendem a sentir o golpe. Empregos poderão ser afetados. O ramo imobiliário também. A receita de impostos, então, sofreria danos profundos. A publicidade não haverá de escapar.

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*Roberto Maciel é jornalista*

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COLUNA 18.2

*A festa que não é apenas festa, mas um motor da economia e dos empregos*

Não é raro que se vejam e ouçam manifestações azedas contra o Carnaval. Desde as que acusam o período de ser uma festa imoral, profana, às que reclamam de excessos cometidos por foliões - até mesmo excessos de alegria. A Imprensa é contumaz acolhedora da acidez dos críticos. Logo no primeiro Carnaval que (não) desfilou como presidente da República, em 2019, o escorregadio Jair Bolsonaro - que fugiu do Brasil para escapulir de responsabilidades que tinha como chefe de Estado - investiu contra a festa. Estava ensaiando a postura omissa e opositora que demonstraria, nos anos seguintes, à cultura popular. Se o leitor e a leitora porventura se perfilam contra os dias de Momo, imagine o quanto se movimenta na economia nacional ao som do samba, do frevo e do maracatu. Já parou para pensar o quanto se gera de receitas e empregos nos setores de transportes, hospedagem, vestuário, alimentação e lazer e entretenimento, entre outros? E o quanto essas cadeias produtivas todas resultam em impostos? E o quanto esses impostos financiam saúde e educação públicas, ou saneamento, habitação, infraestrutura? Observe: até igrejas de denominações distintas faturam alto com o Carnaval.

*Além da folia*

Números que precisam ser lembrados na permanente luta dos cearenses por melhores condições de vida: o Estado deve receber neste Carnaval mais de 130 mil turistas, gerando cerca de 1,5 mil empregos temporários na temporada. As estimativas são do Governo do Ceará.

*Maratona de fé*

Passada a sombra da covid-19 e quando o Carnaval que começa hoje for só um eco, a Arquidiocese de Fortaleza retomará uma atividade que havia sido suspensa há três anos. É a Caminhada Penitencial, que será realizada em 12 de março, terceiro domingo da Quaresma. A procissão soma 5 quilômetros, da igreja de Nossa Senhora da Saúde (Mucuripe) à Catedral de Fortaleza. na maratona, padres ouvirão - mesmo em movimento - confissões de pecados de fiéis.

*Lado A*

O vereador Márcio Martins (UB) assina projeto com o qual insere na Câmara de Fortaleza no cenário de apoio ao autista. Ele está propondo que o Município crie um selo para reconhecer empresas que treinem empregados para atender adequadamente pessoas diagnosticadas com transtorno do espectro autista.

*Lado B*

Márcio Martins integrava o grupo de vereadores que, em 11 de junho de 2020, foi impedido pela Guarda Municipal de entrar no hospital de campanha que a Prefeitura havia montado no estádio Presidente Vargas. Era um momento crucial das ações contra a covid-19. Assim mesmo, os parlamentares queriam filmar o interior do hospital, no qual haviam pacientes em estado grave, num flagrante desrespeito à lei.

*Pois bem!*

Precavido e escolado como advogado, o reitor da Universidade Federal do Ceará fez no início desta semana uma visita que chamou de "institucional" à representação do Tribunal de Contas da União. Cândido Albuquerque é bolsonarista e cumpre mandato até 18 de agosto próximo. Ele assumiu o controle da UFC em 2019, mesmo tendo sido o último colocado em consulta à comunidade universitária - recebeu apenas 610 votos, entre 12 mil.

*Lá e cá*

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*Roberto Maciel é jornalista*

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COLUNA 23.2, quinta-feira

*Saúde: perspectiva de alívio a uma constrangedora e indigna espera*

Já começa na próxima semana a operacionalização do Plano Estadual de Redução das Filas de Cirurgias Eletivas, Exames Complementares e Consultas Especializadas na Rede Pública de Saúde, recém-aprovado pela Alece e sancionado pelo governador Elmano de Freitas (PT). A denominação é extremamente longa e serve para designar um problema agudo, cruel, antigo e cortante: a constrangedora e indigna espera de pacientes por atendimentos específicos nos serviços de saúde. O Estado estima que cerca de 60 mil pessoas encontram-se nessa situação e visa, com a iniciativa, a efetivar 28.976 procedimentos que não são urgentes mas são indispensáveis - é, de fato, um quadro torturante. E a quem se atribui o agravamento dessa tortura? O deputado Romeu Aldigheri (PDT), sem esforço retórico, é certeiro: "O Governo Federal anterior não olhou por essas pessoas". Surpresa zero.

*Silêncio*

A referência feita por Aldigheri, líder do Governo na Assembleia, calou a ala bolso-oposicinista que o ouvia no plenário. Nenhum dos aliados da antiga gestão federal fez menção nenhuma que ao menos lembrasse uma tímida intenção de resposta.

*Na ponta da língua*

Um atento observador do tabuleiro político não faz mistério: "o pessoal dos partidos que apoiaram Jair Bolsonaro está orientado a não entrar em discussões delicadas assim". E explica: "quem tem mais de 700 mil mortes nas costas acha que deve mesmo é ficar calado".

*Oferta de serviços*

O atendimento de pessoas jurídicas da área de saúde no chamamento público do plano de redução de filas começa na próxima quinta-feira. As empresas e instituições sociais privadas interessadas em participar terão 30 dias para manifestações, segundo o edital.

*Cofre*

Mas a oposição até que não está tão sem graça assim. Que o diga o deputado Reginauro Souza (União), ator especializado em temas transcendentais. Mesmo orientado a não tratar de saúde, conforme as ordens do neo-bolsonarismo, o parlamentar achou de tentar espetar a gestão de Elmano de Freitas por um outro tipo de saúde, a financeira: "o Ceará está bem ou não das pernas? A dívida consolidada do Estado hoje é de R$ 17 bilhões".

*Não se deve dizer tudo*

Reginauro não citou um dado irrecorrível: dívida é um elemento que faz parte das práticas contábeis, administrativas e legais. Também não disse, claro, que só as contrai quem tem crédito no mercado.

*Espaços*

Esta Coluna é publicada simultaneamente no portal InvestNordeste (www.portalinvestne.com.br) e no jornal Opinião (www.opiniaoce.com.br). Os textos estão também em https://bit.ly/3q4AETZ. O jornalista Roberto Maciel participa, ainda, do podcast Papo de Cabeça, veiculado no YouTube (https://bit.ly/3cP1JHu) e nas plataformas Deezer e Spotify. O podcast é produzido em parceria com o jornalista Maurição Lima, reunindo notícias, entrevistas e análises políticas.

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COLUNA SÁBADO, 25.2

*O desafio de garantir comida no prato*

Comida no prato dos cearenses. Tanto quanto uma decisão humana, essa é um posição política. E é estratégica também - afinal, projeto de desenvolvimento nenhum pode vingar se direitos básicos do cidadão não forem cumpridos. A Assembleia Legislativa, braço do poder que tem representatividade plural e põe na mesma cena discursos, práticas e propostas distintas, comprou essa ideia e vai reforçar ações no sentido de confrontar a insegurança alimentar. Ontem, no lançamento do Pacto Ceará sem Fome, o presidente da Casa, Evandro Leitão (PDT) destacou o momento de sintonia entre a maioria parlamentar e os executivos Federal e Estadual para a efetivação de iniciativas do gênero. E falou sobre unidade de várias setores sociais em torno da causa comum. É bom que se aproveitem mesmo os ventos favoráveis. Afinal, a gestão passada do Planalto provou que o compromisso de superar a fome não é de todos. Ao ponto de o presidente da República anterior negar o escandaloso colapso alimentar no País.

*Palavras sujas*

A propósito, o que negou a fome, que atinge mais de 33 milhões de brasileiros, foi o mesmo que desprezou a letalidade da covid-19, que matou mais de 700 mil cidadãos. É o mesmo que disse que, na periferia de Brasília, "pintou um clima" entre ele - um idoso de 67 anos - e meninas venezuelanas.

*Menu solidário*

No saldo de ações da Assembleia Legislativa no período da pandemia, Evandro Leitão destaca a doação de mais de 30 toneladas de alimentos a comunidades em risco. Em 2020 e 2021, municípios com alto índice de vulnerabilidade social foram contemplados com gêneros arrecadados pela Alece.

*Tribuna*

A Câmara de Fortaleza também está, ainda que aos poucos, absorvendo o tema de luta contra a fome. A pauta, com ênfase na Campanha da Fraternidade deste ano, lançada pela Igreja Católica, foi abordada em plenário já na primeira sessão após o Carnaval.

*Nos trinques*

O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) do Ceará disponibilizou para o mercado da moda mais uma leva de profissionais formados em curso de Costureiro. E em alto estilo. A turma mais recente ingressou numa tendência pra lá de moderna e apresentou coleção baseada no conceito de upcycling, uma viés do setor que investe na criação de novas roupas e acessórios com base no reaproveitamento do material de peças que seriam descartadas.

*Estandarte*

O Carnaval pernambucano e suas múltiplas expressões podem ser reconhecidos como manifestação da cultura nacional. Essa é a notícia pós-folia mais relevante para o Nordeste. Projeto nesse sentido até já pula em passos ágeis no Senado. E há, no Congresso, quem avalie que esse ritmo pode servir de abre-alas para investida do gênero voltada para o Maracatu cearense. Tipo um exemplo de mobilização.

*Espaços*

Esta Coluna é publicada simultaneamente no portal InvestNordeste (www.portalinvestne.com.br) e no jornal Opinião (www.opiniaoce.com.br). Os textos estão também em https://bit.ly/3q4AETZ. O jornalista Roberto Maciel participa, ainda, do podcast Papo de Cabeça, veiculado no YouTube (https://bit.ly/3cP1JHu) e nas plataformas Deezer e Spotify. O podcast é produzido em parceria com o jornalista Maurição Lima, reunindo notícias, entrevistas e análises políticas.

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COLUNA 28.2

*Os bolsonaros estão à venda*

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou ontem, em redes sociais na Internet, a criação do site "Bolsonaro Store". É uma loja (em inglês, idioma do país em que Jair Bolsonaro se encontra, "store") digital dedicada a vender produtos com símbolos e signos relacionados ao pai, o ex-presidente. Querer faturar uns trocados a mais é direito da família, não há dúvida. Também é direito de quem quer que seja gastar dinheiro comprando badulaques do político que carrega no lombo as marcas de 700 mil mortes pela covid, da fome de 33 milhões de brasileiros, da desnutrição dos yanomamis, do garimpo ilegal e da desbragada e criminosa farra armamentista. Mas não deixa de ser curioso. Afinal, enquanto outros ocupantes do Planalto, como FHC e Lula, estabeleceram fundações e institutos para desenvolvimento de estudos e propostas para o País, Bolsonaro lança um quiosque virtual para comercializar a própria cara. Para os curiosos: o item mais barato dos seis que foram lançados é um calendário de mesa, ao custo de R$ 49,90. Outros produtos, como um caneco de chopp a R$ 69,90, são perfeitos para a brincadeira de "amigo-da-onça" nas festas de fim de ano.

*Lugar de mulher é onde ela quiser*

A Assembleia Legislativa do Ceará fez ontem à tarde sessão para marcar os 91 anos da instituição do voto feminino no Brasil, por iniciativa da deputada Jô Farias (PT). Da mesma bancada saiu projeto que garante às mulheres o direito a ter acompanhante em consultas médicas, assinado pelo deputado Júlio César Filho. E no próximo dia 8 celebra-se o Dia Internacional da Mulher.

*Besteira muita*

Ao tempo em que o "homeschooling", questionável método de ensino doméstico de crianças e adolescentes, mingua e perde apoio no Congresso, em Fortaleza a vereadora bolsominion Priscila Costa (PL) apresentou projeto instituindo a "lei de liberdade da educação domiciliar". Sobre o homeschooling, um dado que, mesmo grave, não intimida as "sumidades" que o defendem: 78,5% de ouvidos em pesquisa Datafolha/Unicamp disseram discordar da ideia. (P.S.: o título desta nota é um tributo ao jornalista Neno Cavalcante, criador dessa espécie de "febeapá" cearense).

*Fique seguro*

Fortaleza e Ceará se enfrentam no próximo dia 5 na Arena Castelão. Não vai ser daquelas partidas de vida ou morte, mas tem lá motivos para deixar os estrategistas da Segurança Pública em alerta. As polícias Militar e Civil terão 498 profissionais escalados. Os bombeiros designarão 25 militares. E a AMC vai mobilizar 40 agentes.

*Efeméride*

Comemora-se hoje, por assim dizer, o Dia da Ressaca. A data tem um tom de deboche, dada a proximidade com as festas carnavalescas, mas também tem um quê de seriedade, servindo como alerta sobre o consumo excessivo de álcool. Não há registro legislativo a respeito da criação dessa, digamos, "efeméride".

*Tim-tim*

Mas que não se perca a ocasião. É que existe no Brasil, decretada pelo presidente Lula em 2007, a Política Nacional sobre Bebidas Alcoólicas. Há lá "medidas para redução do uso indevido de álcool e sua associação com a violência e criminalidade". Os jovens e a população indígenas têm destaque especial entre os grupos que recebem atenção especial do decreto.

*Espaços*

Esta Coluna é publicada simultaneamente no portal InvestNordeste (www.portalinvestne.com.br) e no jornal Opinião (www.opiniaoce.com.br). Os textos estão também em https://bit.ly/3q4AETZ. O jornalista Roberto Maciel participa, ainda, do podcast Papo de Cabeça, veiculado no YouTube (https://bit.ly/3cP1JHu) e nas plataformas Deezer e Spotify. O podcast é produzido em parceria com o jornalista Maurição Lima, reunindo notícias, entrevistas e análises políticas.


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